8 de Janeiro a 7 de Fevereiro
Declaração do artista
O Silêncio sugere imobilidade e o Som é por definição movimento. O trabalho em exposição na Mute acarinha os momentos em que o som é movimento em silêncio e aqueles em que o movimento é Som.
As peças desta exposição apontam para um paradigma primitivo de unificação dos sentidos, ver é ouvir, cheirar é ver, palpar é saborear. Um ano zero da história da percepção contada do fim para o princípio, qual quimera sinestésica onde o entendimento é travesti e o conhecimento não tem género.
Não é para ver, não é para ouvir, não é para palpar, não é para cheirar, não é para lamber.
É para Comutar sem Conotar
Depois de entrar, fazer Mute.
Simão Costa, músico, nasceu em 1979, vive e trabalha em Lisboa.
O seu trabalho é um rizoma, que cresce horizontalmente, geralmente subterrâneo, mas podendo também ter porções aéreas. O território estável deste rizoma é o SOM, na sua dimensão fenomenológica, perceptiva, cultural, etc. Ou mais simples, alguém obcecado e apaixonado pelo SOM, como material plástico, tangível e físico.
Em 1998 termina o curso de piano no Conservatório Nacional com 20 valores. Em 2002 dobrou com rigor o diploma da Escola Superior de Música de Lisboa e colocou-o no bolso de trás das calças, dando início ao seu trabalho de criação artística como auto-didacta. Nos diversos materiais, contextos, suportes, formatos que escolhe para apresentar o seu trabalho estão presentes 3 características que se expressam isoladamente ou em inter-relação: compositor, performer e criador de instrumentos/objectos/código informático. Por vezes não é claro se é um músico que se encaminha para as artes plásticas ou um artista plástico que fez formação como músico.
O seu trabalho foi apresentado em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Polónia, Holanda, Reino Unido, Grécia, Itália e Brasil.