de 23 de Março a 21 de Abril

“Tento simplificar o que de certa forma me parece complexo, explorando mundos visuais que ainda desconheço. A expressão  “menos é mais” cada vez faz mais sentido para mim.”

Mário Lopes

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Mário Lopes é um artista com um percurso extremamente sólido que tem por base uma multiplicidade de países. Como se pode ver na biografia e pela linguagem visual deste escultor a passagem por Itália (Carrara) e pelo Japão, não são inocentes.

No país berço do renascimento europeu, o escultor absorveu a técnica, a relação com a matéria, que lhe dá liberdade para concretizar tudo o que a sua imaginação permite, através do processo subtractivo da pedra. O branco mantem-se contante. A visão que os artistas do renascimento tinham das estátuas clássicas marcou uma estética de depuramento cromático que continuou a fazer escola em Bernini e em todos os grandes escultores de pedra… é nesse legado que se insere o trabalho desenvolvido pelo artista.

A simplicidade tão difícil de atingir não depende apenas da cor. A forma espacial e as volumetrias mais lisas em vez de texturadas marcam a escultura desenvolvida por Mário Lopes. Muito antes de identificarmos uma influência dos minimalistas nesta exposição, podemos atribuir esta forma de lidar com o espaço à primordial influência da cultura Japonesa.

O aberto materializa-se então numa paisagem infinita. Um campo de possibilidades que se prende com a imaginação, a utopia e todas as formas de construir mundo, de construir futuro. Neste sentido Lopes é resultado de uma síntese Hegeliana da fluidez e da curva pré-moderna e do depuramento fenomenológico das várias formas de minimalismo.

Tornar acessível o desconhecido é um feito muito difícil. Através desta obra ficam mapeados os acidentes e os obstáculos, permitindo-nos navegar e negociar uma rota do olhar através do mais árido, denso mas vazio desconhecido. O objectivo fundamental da imaginação e da arte é esse mesmo: revelar o que desconhecemos desconhecer.

Manuel Furtado

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Biografia resumida:

Mário Lopes (n. 1981) cresceu em Leiria e desde cedo se identificou com a talha da pedra tendo inicio na Escola de Artes e Ofícios no Mosteiro da Batalha. Seguiu para Itália onde se licenciou na Academia de Belas Artes de Carrara na vertente de Escultura em 2005. Depois de ter trabalho com vários artistas internacionais e viajado pelo mundo, passa pelo Japão onde tira um Mestrado de Escultura na Tama Art University em Tóquio.

Explora a escultura, pintura, estampa, tapeçaria em temáticas abstractas relacionadas com crescimento, expansão, evolução da matéria no espaço.

 


 

 


 

Inauguração

Video por Arte Institute, Março de 2017