Responsável: Pedro Miguel Arrifano (regime de voluntariado)

Horário: 4ª feira das 19:30 às 21:00

Início dia 22 de Fevereiro

Nº de Sessões: 12 – 3/4 meses (Fevereiro – Maio) – aulas semanais

Preçário: 30€ (inscrição) + 150€
Modalidades de pagamento:
3 prestações (50€+50€+50€) ou pagamento a pronto (oferta do valor da inscrição)

Apresentação:
Partindo do princípio de que a arte de cada tempo se liga à filosofia sua contemporânea, formando uma cosmovisão desse mesmo tempo histórico, propomos nestes 3 meses, um olhar contemporâneo com base nas ideias de vários filósofos, historiadores e críticos de arte. Assim sendo, serão discutidas e aprofundadas temáticas transversais à filosofia e à história da arte que permanecem determinantes nas dinâmicas da arte de hoje.

Principais Objectivos:
– Despertar o espírito crítico estimulando o debate.
– Promover perguntas e a problematização face ao conhecimento ou a situações novas.
– Potenciar a autonomia de pensamento e argumentação.
– Promover hábitos de intervenção e diálogo.
– Abordar temáticas e métodos da Filosofia, Teoria da Arte e Estética

 

Plano:

1. O BELO – A evolução do conceito

Apesar de não se lhe atribuir a designação de estética, as reflexões sobre o belo e sobre a arte existem desde a Antiguidade. De Platão a Aristóteles até finais do século XVIII, a reflexão filosófica incide essencialmente sobre o belo e a sua natureza.
Platão (O banquete), Aristóteles (Poética), S. Tomás Aquino (Suma teológica), Kant (Crítica do juízo), Hegel (Estética e Fenomenologia do Espírito).

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2. A ARTE EM POTÊNCIA – O tédio profundo

O homem não consegue suspender e desativar a sua relação com o circulo desinibidores específicos. O tédio profundo aparece como operador metafísico: uma saída para a pobreza-de-mundo.
Heidegger (O que é a metafísica), Agamben (O aberto), Uexkull (Dos animais e dos homens) Enrique Vila-Matas (Bartleby & companhia).

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3. O BARROCO – Mergulho no fundo sombrio

Vivemos mergulhados no infinito da natureza, uma espécie de noite escura, onde brotam as nossas apercepções/os nossos clarões de luz. A morte é a perda do clarão, o nosso mergulho no fundo sombrio. O artista é aquele que penetra essa noite escura para dela retirar novos clarões.
Espinoza (Ética), Leibniz (A monadologia e Princípios da natureza e da Graça fundados na razão), Deleuze (O que é a Filosofia?, Diferença e Repetição).

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4. NIETZSCHE – O personagem artístico

O homem comum, ligado à conservação do organismo é incapaz de “conhecer luas e saturnos” e ser mestre do caos interior. A partir de um núcleo central de obras de Friedrich Nietzsche pretendemos anunciar o “Grande Estilo” do personagem artístico.
Nietzsche (A Vontade de poder, A origem da tragédia, Crepúsculo dos ídolos), Marcel Proust (Em busca do tempo perdido).

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5. A ORIGEM DA OBRA DE ARTE – Heidegger

No mundo Grego o termo techné era empregue, tanto para a habilidade artesanal como para as belas-artes. Mas, Heidegger mostra que a partir da modernidade é necessário distinguir a produção da ciência e da técnica da produção artística. A arte é o pôr-se em obra da verdade, diferente da proposição objectivante e exploradora (inautêntica) que visa dominar/instrumentalizar o ente.
Heidegger (A origem da obra de arte).

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6. MODERNO – A aventura do absurdo no século XX

Esta primeira parte irá tratar o absurdo na “era das catástrofes”. No princípio do século o absurdo surge na arte como manifestação do nosso inconsciente e como forma de rejeitar os valores estéticos vigentes.
Karl Jaspers (Introdução à filosofia, 1950 e El problema de la culpa: sobre la responsabilidad política de Alemania, 1946), Albert Camus (O Mito de Sísifo,1942), Martin Heidegger (Carta sobre o humanismo, 1949 e Ser e Tempo, 1927), Jean Paul Sartre (O Ser e o Nada, 1943) e Marcel (Os homens contra o humano, 1951), Abstraccionismo, Pintura Metafísica e Dadaísmo (em particular os ready made e os object trouvé de Marcel Duchamp. Brecht, Mann ist Mann («Um Homem é um Homem»), Laban e Duncan, Os primeiros filmes que Goebbels produziu para a causa nazi: SA-Mann Brand (“O despertar de uma nação”, 1934), Hitlerjunjge Quex (“O flecha Quex“, 1935) e o célebre documentário de Leni Riefenstahl Triumph des Willens (“Triunfo da vontade“, 1934). Edward Hopper. Giacometti, Beckett.

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7. PÓS-MODERNO – Continuação da aventura do absurdo no século XX

Não é nosso propósito predizer como será a arte nos próximos anos, pois tal como nos explica Alain Badiou, a obra de arte é como esse acontecimento fundador que não se pode calcular nem conhecer ou explicar na sua totalidade. Assim, para analisar a arte do século XX e reflectir sobre o seu lugar no século XXI, perseguiremos a noção de absurdo.
Visconti, Cassevetes, Hannah Arendt, Warhol, Pop art, Emile Cioran, Gutai Group, Movimento Fluxus, Otto Muehl, Kubrick, Godard, Truffaut, Body art, Street art, Pina Bausch: Café Müller, Carmelo Bene, Deleuze, Joy Division”, The Cure, Siouxsie & the Banshees, Bauhaus, The Smiths, Paolo Sorrentino, Leos Carax, Gilles Lipovetsky, Slavoj Zizek, Michel Maffesoli e Pierre Bourdieu,Arthur C. Danto e Clement Greenberg.

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8. (DES)FIGURA – Ícone e Simulacro

O modelo da iconografia liga-se com a representação. Mas o que ocorre quando a imagem perde a semelhança? Quando começam a aparecer os simulacros? No modelo dos simulacros as imagens além de se libertarem da obrigação de copiar, deformam-se, variam, modificam-se. São pura diferença.
Platão (A Republica), Lucrécio (Da natureza das coisas), Panofsky (Estudos em iconologia), Nietzsche (A Vontade de poder, A origem da tragédia, Crepúsculo dos ídolos); Derrida (Da gramatologia) e Deleuze (Lógica da sensação).

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9. HEGEL E MARX – O Idealismo e o Materialismo dialéctico

Qual a essência da arte? Qual a sua finalidade? Qual a sua relação com a verdade? Para responder a estas questões, pretendemos repensar a arte no quadro de uma filosofia  do espírito e da matéria.
Hegel (Introdução às lições de Estética e Fenomenologia do Espírito), Marx,  Greenberg (Avant-garde & Kitsh e Modernist painting) e Adorno (Dialéctica do esclarecimento, Teoria estética).

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10.FRANCIS BACON – A lógica de sensação

Para os estoicos existe o campo dos significados que é diferente do campo das potências. É um efeito das potências. Na linguagem dos estoicos, o campo das potências é o campo dos corpos; o campo do significado é o campo dos acontecimentos. Deleuze descortina dois mundos nos estoicos que nos vão ajudar a pensar a arte: o mundo dos corpos: a física, e o mundo dos acontecimentos: a lógica das sensações.
Deleuze (Lógica da sensação), Bacon, Pollock, Kandinsky, Schiele, Lucien Freud.

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11. IMAGEM NUA – A visão do invisível

Para José Gil a “experiência primeira é a da imagem intensiva. Antes de a percepção se estabilizar, se fixar à distância e se impor, o mundo da primeira infância organiza-se em torno de vagas sensoriais num turbilhão, imprevisíveis”. A experiência estética não corresponde a nenhum objecto ou signo visível. Existe uma certa visibilidade do invisível. A imagem nova é fruto da mistura de imagens actuais e arcaicas, nunca se sabe de onde vem.
Hegel (Fenomenologia do Espírito), Husserl (A ideia da fenomenologia), Marleau Ponty (O olho e o espírito), José Gil (A imagem nua e as pequenas percepções).

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12. KANT – O belo e o Sublime

O espectador do belo não tem qualquer interesse particular por esse objecto, é o efeito do livre jogo da imaginação e do entendimento. O juízo do sublime é o da simples concordância entre a imaginação e a razão. Assim como escreve Lyotard, “ a diferença entre o sublime e o belo não é de tom. É uma diferença transcendental”.
Schopenhauer (O mundo como Vontade e como Representação), Kant (Crítica do Juízo e Critica da razão pura), Blumemberg (Naufrágio com espectador), William Turner, Caspar David Friedrich, Rilke.

Nota: Antes de cada sessão será indicada a bibliografia específica sobre cada um dos temas tratados.

 

Pedro Miguel Arrifano

Licenciado em Filosofia na Faculdade de letras da Universidade de Lisboa. Título da tese final: “ As máquinas de ressentimento”. Mestre em Filosofia na Universidade Nova de Lisboa. Título da dissertação de mestrado: “A aula-acontecimento: o ensino da filosofia como um exercício do poder de começo. Frequenta o segundo ano do Doutoramento de Historia da arte na área de História Contemporânea com a tese de doutoramento subordinada ao título: “ A aventura do absurdo na arte do século XX”. Diploma de Estudos Avançados em Ciências da Educação na área específica de Formação de adultos e supervisão e formação de professores na Universidade Nova de Lisboa. Leccionou em várias escolas secundárias as disciplinas de Filosofia, Psicologia e Sociologia.

Participação num ciclo de conferências – A Filosofia e as suas Razões – Debates sobre o mundo contemporâneo realizado pelo Departamento de Filosofia da Faculdade de letras de Lisboa. Participação no III seminário de Projecto de Investigação “A Questão de Deus História e Crítica” realizado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Participação no seminário “Filosofia, Medicina e Sociedade” – A neuroética – com apresentação do Professor Doutor João Lobo Antunes realizado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Participação no Coloquio Internacional Arte & discursos, organizado pela Faculdade de Ciências Sociais Humanas.

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